sábado, 28 de novembro de 2009




"Entre a Luz e a Sombra" trata sobre dilemas das prisões. Documentário acompanha dupla de rappers 509 - E às vésperas da desativação do Carandiru.

Primeiro longa da jornalista Luciana Burlamaqui, o documentário "Entre a Luz e a Sombra" revisita a questão carcerária no Brasil por um novo ângulo. O filme focaliza o trabalho da atriz Sophia Bisilliat como voluntária social em presídios como o Carandiru, em São Paulo, e a relação que se formou entre ela e dois detentos que se tornaram uma famosa dupla de rappers -a 509-E, formada por Dexter e Afro-X.
A estreia acontece na sexta-feira, 27, em São Paulo e Belo Horizonte. O lançamento no Rio deve acontecer no próximo dia 4 de dezembro.
Acompanhando a vida destes três personagens desde 2000, a diretora coloca em primeiro plano a tentativa de ressocialização dos dois presos como músicos, que terá resultados diferentes para os dois. ...
Luciana Burlamaqui, que várias vezes se encarrega também da câmera do filme, capta o ambiente sombrio do Carandiru, às vésperas de sua desativação, que ocorreu em 2002. Através da história dos dois presos, que começam a sair com licenças especiais para darem shows - autorizados pelo então juiz-corregedor dos presídios paulistas, Octávio de Barros Filho - a diretora cria oportunidades para a análise de vários tipos de dilemas sociais. ...
Evitando julgar os personagens, o documentário tem no depoimento do juiz Octávio de Barros Filho um de seus pontos altos. Transferido a pedidos para uma vara na zona sul de São Paulo, é dele uma lúcida análise sobre as razões para o surgimento do PCC - Primeiro Comando da Capital, a organização criminosa que surgiu nos presídios paulistas e comandou uma onda de ataques a ônibus, bancos e postos policiais em São Paulo, em maio de 2006.
É dos comentários do juiz que surge, aliás, o título do filme -- que tem na longa duração (150 minutos) seu problema mais grave. (Neusa Barbosa, do Cineweb).

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