sábado, 31 de julho de 2010


Um cafezinho por favor !
Por Dr. Alessandro Loiola

De manhã cedo, vigiando a panela enquanto a água fervia para um café, me flagrei divagando sobre comidas que considero estranhas. Por exemplo: dá até para entender como descobriram a pipoca. Depois do incêndio no milharal, o sujeito saiu das cavernas e viu vários flocos branquinhos; desceu um goela abaixo e o resto é aquilo que você leva para comer no cinema.
Mas e os vegetais comestíveis? Quem foi o maluco que saiu mastigando cada matinho das redondezas para saber o que prestava ou não? Imagino as legiões de neandertais alucinados com cogumelos tóxicos e outros tantos escondidos nas moitas com gastrenterites lendárias que jamais saberemos.
Outra: quem foi o obcecado que descobriu a mandioca? Tente arrancar uma para você ter uma ideia do esforço. E depois socar aquilo em um pilão até virar farinha… Isso para não falar que a parte comestível, a raiz, pode conter substâncias altamente tóxicas. Só é possível distinguir as espécies venenosas em um laboratório – que certamente não estava disponível no neolítico. Felizmente, deixar a raiz da mandioca descascada em água por uma hora ou duas e depois cozinhar por mais uma hora em água fervendo a torna apta ao consumo.
Como a turma do tacape foi descobrir isso, não sou eu quem irá responder.
E chegamos ao café. Você tem que concordar, o café não é lá uma planta amigável: o fruto deve ser colhido, secado, torrado, moído e passado em água quase fervente. Em termos de otimização do gasto de energia, seria mais econômico simplesmente chupar uma laranja ao invés de torturar grãos de café. Mas não, tínhamos que inventar moda. Há 6 mil anos, sem shopping center, playstation ou revistinhas de palavras-cruzadas, todo o potencial de raciocínio ocioso do ser humano primitivo não poderia resultar em outra coisa, e fomos invadindo as intimidades da natureza.
Reza a lenda que o café foi descoberto na região de Caffa, Etiópia, quando um pastor chamado Kaldi observou uma de suas cabras com um comportamento muito ativo e animado. Ao investigar, percebeu que a cabra saltitante havia comido algumas frutinhas amarelo-avermelhadas. É óbvio que não tardou para que Kaldi experimentasse uma infusão das frutas e descobrisse um excelente combustível para suas horas extras de pastoreio.
EstimulanteO extraordinário potencial estimulante do café sempre foi motivo de preocupação. Por isso, há alguns anos, ele vem sendo alvo de pesquisas para determinar seu potencial de risco para a saúde. Se você, como eu, não abre mão de um bom cafezinho, anote aí algumas excelentes notícias sobre os estudos mais recentes e outras desculpas para uma xícara a mais:
- O consumo moderado de café (4-6 xícaras por dia) diminui o risco de diabetes tipo 2, pedras na vesícula, câncer no intestino grosso, doença de Parkinson, mal de Alzheimer e reduz a incidência de cirrose em pessoas com doenças crônicas no fígado.
- O café melhora as funções cognitivas, a capacidade de concentração, a velocidade de raciocínio e o desempenho em atividades físicas de resistência. Algumas pesquisas sugerem ainda que crianças que tomam café com leite diariamente apresentam uma incidência menor de depressão quando comparadas a crianças que não tomam a mesma mistura.
- Se você for apelar para um cafezinho para combater o sono, uma dica: ao invés de tomar de uma vez só aquela xícara de 5 litros, procure separar um pouco as tomadas ao longo do período em que deseja permanecer acordado. Prepare seu cafezinho e tome 6 colheres de sopa de hora em hora.
- Apesar de tantos benefícios, o café não é completamente inocente. Em excesso, ele pode causar indigestão, hipoglicemia, descontrole nos níveis de colesterol, problemas de fertilidade, nervosismo, ansiedade, tremores, aceleração dos batimentos cardíacos e aumento do risco para osteoporose.
- Além disso, café vicia. Pessoas que têm o hábito de tomar quantidades generosas experimentam sintomas de abstinência quando tentam parar de uma vez. Estes sintomas incluem dores de cabeça, fadiga, desânimo, dificuldade de concentração, irritabilidade e até mesmo depressão. O quadro de abstinência se inicia cerca de 12-24h após a última dose de café e pode se estender por até 10 dias.
Se preferir um resumo dessa história toda, guarde apenas isso: o café possui poucos riscos e muitos benefícios para sua saúde, mas o segredo está na moderação. Mantenha uma boa média diária com algumas gotas de adoçante ou pouquíssimo açúcar, e você certamente extrairá apenas a parte boa da história.
Agora deixa ir que a água está quase no ponto. Aceita uma xícara aí?

sexta-feira, 30 de julho de 2010


Documentoscopia forense: a arte de desvendar fraudes

Por José Ricardo Rocha Bandeira · Rio de Janeiro (RJ) ·


Nos dias em que vivemos basta abrir um jornal ou ligar o televisor que somos bombardeados por diversas noticias referentes a, fraudes documentais, estelionatos, e falsidade ideológica. Assim como a imprensa, os tribunais também estão repletos de processos envolvendo uma destas questões, que só poderão ser solucionadas com a ajuda de um Perito em Documentoscopia forense, que entre todas as modalidades periciais, é uma das que mais causa admiração, e que tem como objetivo desvendar falsificações em diversos tipos de documentos.A Documentoscopia forense é a ciência que estuda analisa e identifica os diversos tipos de falsificações e adulterações em documentos, moedas, selos, cartões de credito, cheques, contratos, procurações, certidões de nascimento, óbito etc. Também possui outras denominações, tais como: Documentologia, Grafodocumentoscopia, Grafoscopia, Grafotécnica, Perícia Grafotécnica, Grafística, Grafocrítica, Grafotecnia, Perícia Gráfica e Perícia Caligráfica.Mas o que são falsificações? O instituto de criminalística de São Paulo codificou os diversos tipos de falsificações utilizando o código CADS, que significa Contrafação, Adulteração, Duplicação e Simulação, sendo que cada um dos tópicos citados envolve uma técnica especifica, e o modus operandi próprio de cada criminoso. Normalmente o estelionatário quando tenta efetuar determinado tipo de falsificação, utiliza objetos que são facilmente encontrados em casa ou em estabelecimentos comerciais comuns de qualquer bairro, desta forma ele transforma objetos inofensivos como estilete, cola, lixas de unhas, laminas de barbear, agulhas, etc. em verdadeiras armas a serviço do crime.Porém, nos casos de contrafação, os equipamentos e técnicas utilizadas sempre serão os mais modernos possíveis, pois contrafação é fazer outro documento ou até mesmo objeto (principalmente nos casos de produtos contrafeitos, vulgarmente conhecidos como Piratas) o mais parecido possível com o original, um bom exemplo de contrafação são as notas de Real, dólar e Euro falsificadas que são encontradas todos os dias no comercio de diversos paises. Dentro das possíveis adulterações não podemos deixar de citar as efetuadas através de raspagens, colagens e também de lavagem química, muito utilizada por exemplo em cheques que após serem passados no comercio varejista, tem o seu valor alterado, causando grandes prejuízos ao titular da conta. Em relação às duplicações temos as notas, tíquetes e vales, que apesar de serem falsificados em grande quantidade possuem a característica de serem exatamente iguais ao original inclusive com um mesmo numero de serie que é igual em todas as duplicatas.Assim como os equipamentos utilizados pelos falsários são os mais modernos possíveis, os equipamentos Periciais também tem que ser de alta tecnologia, e no arsenal dos Peritos utilizado no combate ao crime podemos ver: equipamentos de iluminação composto de luzes ultra violeta e infra vermelhas, documentoscópios, câmeras de alta resolução, microscópios esterioscópicos, negatoscópios, aparelhos de medição de peso e espessura, ampliadores ópticos, reagentes químicos, etc. estes e muitos outras equipamentos fazem parte dos laboratórios de renomados Peritos que dedicam as suas vidas ao combate do crime e ao esclarecimento da verdade.O Perito em Documentoscopia forense, necessita alem do uso de equipamentos, ser um grande estudioso da matéria, conhecendo profundamente os dispositivos gráficos de segurança como talho doce, microletras, fundos numismáticos, rosáceas, imagens latentes etc. e tintas especiais, sem contar no notório conhecimento das fases de produção gráfica e fotografia, devendo estar sempre atento a novas técnicas de falsificações, deverá também ter uma percepção fora do comum e uma capacidade de observar detalhes que normalmente escapam ao olho comum, detectando a fraude por menor e mais bem feita que seja, mesmo que somente uma letra ou um pequeno numero tenha sido adulterado. Outra característica marcante em um perito é a vontade de revelar a verdade, pois grande parte de seu tempo é dedicado a este mister. Sempre que uma informação tiver sido subtraída ou acrescentada, sempre que uma virgula ou numero tiver sido modificado, ou que documentos tenham sido ilegalmente produzidos, a documentoscopia forense será acionada com o intuito de revelar a verdade, solucionar questões e desvendar fraudes.

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