sexta-feira, 22 de abril de 2011

Casa Warat

Casa Warat
El hogar de la razón sensible

Acerca de la Casa

Un grupo de profesores, principalmente argentinos y brasileros decidimos crear, en octubre de 2007 en Salvador, una casa nómade para poder establecer las condiciones de posibilidad de una justicia hedonista en los moldes de la que fue forjada en la casa de Epicuro.

La Casa es el hogar de la razón sensible, queremos discutir y ayudar a que entre todos podamos aprender a recuperar la sensibilidad de nuestros cuerpos, mejorar la calidad de vida y de la convivencia, pensando el mundo desde otros lugares que impliquen puntos de fuga de la razón cienticifista.

Casa Warat se extiende rizomáticamente en Buenos Aires, y en varias ciudades de Brasil como Goias, Santa María, Santo Angelo, Río, San Pablo, Brasilia y Salvador entre otras.

http://luisalbertowarat.blogspot.com/

Dragões Waratianos

"A democracia é um devir cultural, multiexpressivo e não somente um conjunto de garantias jurídicas"

"Precisamos entender que viver com plenitude nossas paixões torna a vida uma atividade política criadora"

"Já não basta explicar o mundo, se esse conhecimento não melhorar nossas condições de existência, nos deixa mais criativos e nos aproxima de forma solidária aos outros".

Pequenas pinceladas que retratam fielmente Luis Alberto Warat como um professor de alma e uma alma privilegiada cheia de luz e esperança.

Um apaixonado pelo saber e pela sensibilidade. Um explorador de tempo integral. Conseguiu colocar a afetividade no meio do direito e a partir daí gerar fluxos de cumplicidades com a vida. Sintonizava com intangíveis pouco frequentes na academia, com notas musicais que não foram escritas sobre as pautas do conhecimento instituído, mas que todos nós precisamos descobrir.

Foi um impulsor de muitas disciplinas que marcaram mudanças sem retorno no pensamento jurídico. É interessante ver como significou tanto para pessoas de diferentes latitudes e gerações.

Pessoalmente, três momentos marcaram minha relação com ele: quando foi meu professor em Buenos Aires lá na década de 80, quando me ajudou a sentir que outro direito era possível; o reencontro que tivemos depois de tantos anos, momento onde procurei expressar tudo o que me havia significado; e a criativa etapa da construção da Casa Warat.

A Casa, esse lugar da razão sensível, entendida como um espaço nômade para a expressão e a afetividade, âmbito de ensaio e troca direcionado à melhorar a qualidade de vida e da convivência, tentando pensar o mundo a partir de outros locais que impliquem pontos de fuga da razão cientificista, que tem suas filiais em diferentes cidades do Brasil. Através dela vivenciamos que a combinação de arte, direito e vida é possível e também é muito necessária.

Entre todos os projetos que estávamos realizando em Buenos Aires: cafés filosóficos, cinesofias, talleres, aulas abertas, cabarés, surgiu a ideia de reunir, de toda sua extensa obra, quatro de seus livros para relê-los, discuti-los, revitalizá-los e extrair fragmentos significativos. Assim surgiu "Dragones, purpurinas y esperanzas", uma publicação que acabamos de finalizar e de pronta aparição.

Foi um exercício maravilhoso e memorável, nos juntarmos periodicamente para realizar essa tarefa, onde eu o vi aproximar-se, assombrar-se e lutar com seus próprios textos. Apelava ao fragmento como algo renovador, que evitava estereótipos e lugares comuns.

Ele tinha uma capacidade assombrosa de conectar-se com os outros e uma imaginação maravilhosa e inesgotável, Quixote para muitos, comparo suas pesquisas com a dos Tupi-Guarani, um povo em êxodo, que vivia permanentemente sonhando o Yvymarae´ÿ, a prodigiosa "Terra Sem Males", onde o milho crescia sozinho e os homens eram imortais.

Isso me lembra seu pensamento inquieto, seu nomadismo com fortes raízes, e suas abordagens que nos provocavam para caminharmos permanentemente por territórios de dragões, desconhecidos, mas que paradoxalmente reconhecíamos instantaneamente em nossos corações.

Novos territórios, novos lugares, novos caminhos, espaços de conexões mágicas, nunca quis discípulos senão amigos e companheiros de viagem, para refazermos juntos distintos nós traçados ocasionalmente, direito, saber, arte, desejo e pedagogia que se articulavam e se interligavam permanentemente.

Ele nos dizia: 'Não basta falar aos alunos que é necessário passar com armas e equipamento para o lado dos homens. É preciso dar-lhes uma bengala que permita fazer essa viagem. Mas a bengala não é nossa palavra. Ela está na força vital que podem redescobrir neles mesmos', colocando em prática uma pedagogia mais centrada nos cuidados que na trasmissão de verdades.

Sou grato por sua amizade, por me mostrar um caminho, por me convidar a transitar pelas trilhas poéticas dos sonhos, da criatividade, dos sentimentos e sobretudo por apontar-nos em um mundo com tanta indiferença, uma cartografia para esta "Terra Sem Males".

Nossa missão não é apenas recordá-lo, mas tomar suas bandeiras, regar suas flores e fertilizar a terra, para que atrás de nossos passos novas sementes sigam florescendo sob a luz de suas palavras e o canto de sua poesia.

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